"A democracia em Portugal é uma brincadeira em que ninguém é responsável por nada, não há responsáveis", afirmou Medina Carreira, salientando que "o País apenas é governado com rigor durante um ano ou um ano e meio por legislatura".
No restante tempo, segundo o fiscalista, quem vence as eleições começa por tentar corrigir as promessas que fez na campanha eleitoral e, a meio do mandato, "começa a preparar as mentiras para a próxima campanha eleitoral".
"Com esta gente que temos, não podemos ter muitas esperanças (quanto ao futuro)", defendeu, frisando que "as eleições ganham-se com mentiras".
Medina Carreira, que falava aos jornalistas em Gaia à margem de um debate sobre a actual situação do País, defendeu que "a raiz do problema" de Portugal resulta da quebra no crescimento económico.
"Durante 15 anos crescemos seis por cento ao ano, entre 1975 e 1990 crescemos quatro por cento ao ano e de 1990 para cá estamos a crescer 1,4 por cento ao ano. Se não mudarmos de vida, o futuro exige meditação", frisou.
Para o especialista, "não há economia que aguente um Estado social com tudo para todos, desde o berço até ao túmulo", defendendo que esta concepção "está condenada".
O fiscalista também se pronunciou sobre as verbas europeias destinadas a Portugal através do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), desvalorizando a sua importância.
"Antes do QREN já vieram muitos milhões da Europa e veja-se o estado em que o País está", frisou Medina Carreira, que também se manifestou contra a rede ferroviária de alta velocidade e o novo aeroporto de Lisboa.
"São uma tontice, o País não tem dinheiro para isso", afirmou.
O quadro negro traçado por Medina Carreira foi corroborado pelo economista Pedro Arroja, para quem a economia portuguesa "está bloqueada".
"Estamos a crescer menos que toda a União Europeia, vivemos acima das nossas possibilidades, estamos a perder terreno em relação a outros países europeus", frisou.
Para o economista, a solução tem que passar por uma "redução significativa dos impostos que possa atrair as empresas e pôr a economia a trabalhar".
Pedro Arroja considerou que o aeroporto e a alta velocidade "são projectos para encher o olho mas não são prioritários para o País", além de que "só vão complicar as coisas do ponto de vista orçamental.
"Como português, gostaria muito que tivéssemos um novo aeroporto em Lisboa e uma rede ferroviária de alta velocidade mas não me parece que sejam prioritários", afirmou.
Para o economista, a opção do Governo pelo combate ao défice está a "estrangular a economia", defendendo que "não morremos da doença mas podemos morrer da cura".
Medina Carreira e Pedro Arroja foram dois dos intervenientes num debate sobre a situação do País, em que também participou Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto. O dirigente socialista Jorge Coelho, cuja presença tinha sido anunciada, faltou. FR"
In. Site da RTP
Comentários
Que bom é finalmente ouvir as verdades a virem ao de cima.
..em espera pelo momento da revolução!!!
SwáSthyaaaaaaaaa,.. é uma delas.
Abraço, mano
Saudações amigas
JOY
Finalmente, e na parte que fala da descrença nos políticos, eu entendo-o muito bem porque também a sinto. E qual é a alternativa? Uma ditadura? Dispenso. Mas espero que todos pensem nas alternativas porque deitar abaixo sem alternativa é muito perigoso.
"Durante 15 anos crescemos seis por cento ao ano, entre 1975 e 1990 crescemos quatro por cento ao ano e de 1990 para cá estamos a crescer 1,4 por cento ao ano." - é aqui que eu acrescento em vários comentários que fiz, que Portugal tem de ser uma marca, termos de criar meios económicos para combater os mercados emergentes e não andarmos atrás do resto da Europa, que só serve os interesses do Governo e não do Povo. Abraços.
Pode ser que agora, já que foi dito por quem sabe, se comece realmente a fazer as coisas como deve ser, mas não acredito que quem manda os ouça.
As ideias que apresenta, as mais das vezes, têm a sua lógica, só que muitas leva-as longe de mais no plano teórico. E se fossem para a prática como seria?
Hoje é o dia do "Olá". O dia em que internacionalmente se comemora o world hello day, num grito universal de unidade em prol da paz e da justiça. Quando te digo olá eu quero dizer tudo. Mesmo tudo. Mas sobretudo quero caminhar contigo em busca de pessoas que queiram caminhar.
Olá!
tenho uma proposta para ti no Cegueira Lusa.
Abraço