Em pleno Euro 2016 e em todo o seu esplendor o povo une-se abraçado à bandeira das quinas a sofrer e a festejar com a seleção nacional. Mais do que nunca se sente a união de uma nação quase milenar, se percebe de onde viemos, a nossa história e a nossa fibra. Mas é também nestas altura que o povo oscila entre a euforia desmedida do "somos os maiores" e a critica acutilante e desesperada do "é sempre a mesma coisa".
É este misto de sentimentos que também nos caracteriza, num momento eleva-se ao sétimo céu o dito melhor jogador do mundo e no seguinte já se espezinha o mesmo só porque falhou uma bola certa, e meu menino, não há quem o salve da acutilância, da critica irrefletida daqueles que têm o sangue a ferver.
Não sou sociólogo, mas muito há a estudar nestes campeonatos da Europa. Um jogo que pode movimentar a economia, que pode trazer confiança a um povo que cresce com o fado no goto, com a fatalidade sempre presente, o medo de não conseguir. Mas por outro lado há uma coragem que surge em momentos chave que nos dita os desígnios e as vitórias que século após século nos trouxeram ao momento presente.
O ser português é algo magnífico. Somos um povo pequeno em número e em território, mas grande em alma e em presença pelo mundo. Desde o Infante D. Henrique, que nos colocou o bichinho da exploração e da aventura marítima, não mais paramos de nos expandir pelos quatro cantos deste planeta.
Somos assim, temos uma alma do tamanho de uma vela enfunada que nos leva por mares agitados, vencendo adamastores, e no fim... no fim, temos sempre a ilha dos amores.
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