
Nunca se falou tanto em materia relacionada com o Estado Novo como actualmente. São livros e mais livros editados abordando a temática, desde António Oliveira Salazar de Jaime Nogueira Pinto; Os Amores de Salazar de Felícia Cabrita; Salazar de Miguel Rocha e João Paulo Cotrim; As Máscaras de Salazar de Fernando DaCosta; Vítimas de Salazar de Irene Pimentel, Luís Farinha e João Madeira; Salazar de João Medina; entre muitos outros. Será saudosismo ou um alerta para os tempos que correm e para as mentes mais esquecidas? Ou ainda uma chamada de atenção para os mais jovens que tão distantes estão do Portugal de outrora?
No próximo dia 30 será lançada outra obra da autoria de Irene Flunser Pimentel com a chancela da Temas e Debates intitulada a História da PIDE.
Sempre me debati pelo estudo da História e pela sua importância nos currículos escolares, sobretudo por julgar essencial o conhecimento do nosso passado. Há quem deteste esta disciplina, o que é certo é que com ela podem-se evitar erros cometidos e não voltar a realidades degradantes para o ser humano.
Para os que já se esqueceram dos atentados cometidos contra a liberdade recomendo-lhes a leitura do livro de António Costa Santos, Proibido, da editora Guerra e Paz. Nele o autor aborda humoristicamente alguns casos que hoje não passaria pela cabeça de niguém (digo eu).
Sabia que para usar isqueiro tinha que possuir uma licença do Estado? Que as mulheres para viajarem para o estrangeiro necessitavam de uma autorização escrita do marido? Que "o beijo na boca era classificado como um acto exibicionista atentório da moral. Levado para a esquadra, ou para o posto da GNR, o deliquente beijoqueiro era identificado, autuado em pelo menos 57 escudos, e passava invariavelmente pela cadeira do agente-barbeiro, de onde saia de cabeça rapada, máquina zero."
Não posso ainda deixar de transcrever as coimas que eram aplicadas a quem não respeitasse a portaria n. 69035 da Câmara Municipal de Lisboa, datada de 1953, e que incumbia os agentes da autoridade e guardas florestais de "uma permanente vigilância sobre as pessoas que procurem frondosas vegetações para a prática de actos que atentem contra a moral e bons costumes".
O artigo 48.º deveria ser desta forma cumprido:
"1.º - Mão na mão 2$50
2.º - Mão naquilo 15$00
3.º - Aquilo na mão 30$00
4.º - Aquilo naquilo 50$00
5.º - Aquilo atrás daquilo 100$00
6.º - Parágrafo único - Com a língua naquilo 150$00 de multa, preso e fotografado."
Fico feliz por viver nesta época e não admito que um ser humano atente contra a liberdade de outro.
No próximo dia 30 será lançada outra obra da autoria de Irene Flunser Pimentel com a chancela da Temas e Debates intitulada a História da PIDE.
Sempre me debati pelo estudo da História e pela sua importância nos currículos escolares, sobretudo por julgar essencial o conhecimento do nosso passado. Há quem deteste esta disciplina, o que é certo é que com ela podem-se evitar erros cometidos e não voltar a realidades degradantes para o ser humano.

Para os que já se esqueceram dos atentados cometidos contra a liberdade recomendo-lhes a leitura do livro de António Costa Santos, Proibido, da editora Guerra e Paz. Nele o autor aborda humoristicamente alguns casos que hoje não passaria pela cabeça de niguém (digo eu).
Sabia que para usar isqueiro tinha que possuir uma licença do Estado? Que as mulheres para viajarem para o estrangeiro necessitavam de uma autorização escrita do marido? Que "o beijo na boca era classificado como um acto exibicionista atentório da moral. Levado para a esquadra, ou para o posto da GNR, o deliquente beijoqueiro era identificado, autuado em pelo menos 57 escudos, e passava invariavelmente pela cadeira do agente-barbeiro, de onde saia de cabeça rapada, máquina zero."
Não posso ainda deixar de transcrever as coimas que eram aplicadas a quem não respeitasse a portaria n. 69035 da Câmara Municipal de Lisboa, datada de 1953, e que incumbia os agentes da autoridade e guardas florestais de "uma permanente vigilância sobre as pessoas que procurem frondosas vegetações para a prática de actos que atentem contra a moral e bons costumes".
O artigo 48.º deveria ser desta forma cumprido:
"1.º - Mão na mão 2$50
2.º - Mão naquilo 15$00
3.º - Aquilo na mão 30$00
4.º - Aquilo naquilo 50$00
5.º - Aquilo atrás daquilo 100$00
6.º - Parágrafo único - Com a língua naquilo 150$00 de multa, preso e fotografado."
Fico feliz por viver nesta época e não admito que um ser humano atente contra a liberdade de outro.
Comentários
O post está fantástico.
e facto há coisas que parecem estar a ficar esquecidas.
Há quem não valorize minimamente a liberdade porque não perebe que o inverso existe.
Ainda ontem, num inquérito de rua, relativo ao Tratado Europeu havia respostas de arrepiar os cabelos:
«Não sei do que fala!»
«Eles que decidam o que quiserem»
«Há pessoas para pensarem nisso por mim.»
Enfim...
Pensar e opinar dá trabalho! Há quem não queira assumir essa responsabilidade/dever cívico.
Tudo isto para realçar a importância do que dizes. Mas há muito mais. Já pensaste o que era a concordata que impedia que um casamento religioso fosse dissolvido ainda que só pelo civil? Que permitiu que houvesse filhos de pais incógnitos em barda porque desde que não fossem filhos do casamento celebrado não tinham direito a ter apelido.
Sabes que a PIDE passava a pente fino as livrarias e até te ririas se eu te mostrasse alguns dos livros indexados. Sabes que uma mulher não podia votar a menos que fosse cabeça de casal? Sabes que a PIDE esmagou um rim a pontapé a um conhecido meu só porque ele atirou panfletos sindicais do alto do elevador de Santa Justa? Bem, o comentário já vai longo.
Um abraço
Parabéns ao Sr. António Costa Santos pelo livro "Proibido", é um prazer recebê-lo neste blog.
Cumprimentos.