Avançar para o conteúdo principal

Há quanto tempo...

... não contemplas com verdadeiro contemplar o que à tua volta está? Aquele sentimento de estar presente sem dispersar com solicitações, notificações. Seja a contemplar o oceano; o céu; a chuva; um inseto que por ti passa; ou o vazio. Sem aquele nervoso miudinho de ter de ir fazer alguma coisa.
As tecnologias são uma maravilha, sou fã incondicional, mas contudo, e facilitando o nosso trabalho muitas vezes, também nos acrescem afazeres a toda a hora, pois o smartphone no nosso bolso não tem hora de descanso nem de contemplação e a qualquer momento nos lembra que temos mil e uma coisas para concretizar, para conquistar. E assim fomos perdendo, muitos de nós, e acredito sem dúvida que seja a vasta maioria, aquela capacidade de a qualquer momento podermos parar e contemplar algo simplesmente pelo prazer de contemplar, pelo gosto de em determinado momento o que temos melhor a fazer é não fazer nada.
Até ao raiar do ano 2000 a espera era muitas vezes recheada de ampla contemplação, fosse essa espera numa fila de supermercado, fosse à porta de um amigo enquanto o aguardávamos, ou simplesmente numa pausa entre afazeres. Hoje não, hoje qualquer momento de pausa é imediatamente aniquilado pelo sacar do telemóvel e pela divagação entre emails, notificações das redes sociais, ou jogatana desenfreada, com todas as possibilidades que a Internet no bolso de cada um veio oferecer.
A minha sugestão é estar mais consciente de cada momento e minimizar ao máximo o uso desnecessário do ecrã, que nos torna em certa medida obtusos, quando é em demasia. E contra mim falo. Talvez este texto seja exatamente isso, uma alerta a mim mesmo.

Foto: Sally Anscombe/Flickr Select/Getty Images

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O veganismo não é moda, veio para ficar!

Ouve-se por aí que 2019 é o ano do veganismo, mas é muito mais do que isso. 2019 até poderá ser o ano com mais expressão até então, mas o boom está por vir, o futuro será inevitavelmente vegan, ou não haverá futuro de todo. Não são só as estrelas de cinema, os atletas de nível mundial ou as figuras públicas, por todo o mundo há cada vez mais pessoas a adotar este estilo de vida, que vai muito além da simples alimentação. Há uma tomada de consciência larga que faz com que a mudança seja inevitável. Um ser dito lúcido e com o mínimo de inteligência basta parar e refletir sobre as suas escolhas para um processo de mudança se iniciar. Vivemos num mundo acelerado que não deixa tempo para a plena reflexão e esse é um dos problemas. A mudança pode ter início num dos seguintes pontos: Ética: não há nenhuma necessidade de infligir sofrimento e tortura aos animais para nos alimentarmos. Eles são seres sencientes e é um contrassenso dizer que se gosta dos animais mas é só de alguns, não de todos.

Bush recebe Dalai Lama

Fiquei surpreendido ao saber que o presidente norte americano havia recebido oficialmente o líder espiritual tibetano, na sua residência oficial, a Casa Branca. E como se isto não bastasse para "nos" envergonhar, ainda foi condecorado com a Medalha de Ouro do Congresso, a mais importante distinção atribuída a um civil. Para a sua atribuição é necessária uma maioria de dois terços do congresso. Nunca pensei dizê-lo, mas desta vez o Presidente Bush merece os parabéns. Ou será já campanha republicana?!

Medina Carreira disse:

"A democracia em Portugal é uma brincadeira em que ninguém é responsável por nada, não há responsáveis", afirmou Medina Carreira, salientando que "o País apenas é governado com rigor durante um ano ou um ano e meio por legislatura". No restante tempo, segundo o fiscalista, quem vence as eleições começa por tentar corrigir as promessas que fez na campanha eleitoral e, a meio do mandato, "começa a preparar as mentiras para a próxima campanha eleitoral". "Com esta gente que temos, não podemos ter muitas esperanças (quanto ao futuro)", defendeu, frisando que "as eleições ganham-se com mentiras". Medina Carreira, que falava aos jornalistas em Gaia à margem de um debate sobre a actual situação do País, defendeu que "a raiz do problema" de Portugal resulta da quebra no crescimento económico. "Durante 15 anos crescemos seis por cento ao ano, entre 1975 e 1990 crescemos quatro por cento ao ano e de 1990 para cá estam