Avançar para o conteúdo principal

Brexit ou o princípio do fim


A partir do dia de hoje a Europa não voltará a ser a mesma. Os britânicos, na sua maioria, ainda que por pequena escala, decidiram que não querem mais fazer parte desta união. Não só os habitantes do Reino Unido, como a restante Europa a 27 está expectante sobre que tempos se avizinham.

Vive-se atualmente muita tensão a nível mundial e europeu, seja pelos conflitos económicos, pelo terrorismo, ou pelas vagas nunca vistas de imigração. Uma solução é urgente.

Na segunda metade da década de 60, do século passado, e ainda sobre as feridas abertas da segunda grande guerra, seis países uniram-se na Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que viria a originar mais tarde a União Europeia, e que em certa medida nasceu para evitar conflitos armados como o que na altura havia arrasado a Europa, pela segunda vez no mesmo século.

Uma boa parte dos britânicos nunca foram adeptos desta união, senão veja-se, logo em 1975, dois anos após a sua adesão, foi feito o primeiro referendo, tendo nessa altura o voto na permanência vencido com cerca de 2/3. Após todas estas décadas uma boa parte dos insulares veio definitivamente demonstrar que pretendem ser independentes e que terão mais sucesso económico desta forma. A ver vamos.

Não é necessário estudar-se muito para se perceber que o Reino Unido é uma grande potência e um pilar fundamental na estrutura europeia: 
- a economia britânica era a segunda maior da UE atrás da alemã;
- era um dos países que pagava mais do que aquilo que recebia da UE;
- Londres era a maior praça financeira da UE, apesar de não ter aderido ao euro (outro fator que demonstra que nunca estiveram realmente "in"), era ali que se realizavam a maior parte das transações nessa moeda;
- era o país que tinha as Forças Armadas com maior capacidade dos 28.

Muitos britânicos ficaram incrédulos, não acreditando nos resultados, alguns mesmo dizendo que sentiam nesse momento vergonha de pertencerem à nação do Brexit.

Os dados são claros.
Votos no Brexit: meios rurais e pequenas cidades; população com mais idade, acima dos 65 anos; com pouca escolaridade e dificuldades económicas; sul e leste mais conservador; assim como o País de Gales.
Votos na permanência: grandes cidades, encabeçadas por Londres; jovens profissionais e estudantes universitários; classe média; Escócia e Irlanda do Norte.

A União Europeia estava doente e agora foi ferida com gravidade. Vai necessitar de um bom período de convalescença para recuperar, se é que não foi ferida de morte.

Uma nota final, Boris Johnson, antigo mayor de Londres, e um dos sérios candidatos a ser o sucessor do demissionário David Cameron faz lembrar, e não é só na imagem, outro candidato à liderança dos desígnios de outro grande país, Donald Trump. O que nos reservará o futuro?!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O Mundo Sem Nós - Alan Weisman

Devido ao meu contacto muito próximo com os livros, chegou-me às mãos recetemente o título O Mundo Sem Nós , do autor Alan Weisman, editado pela Estrela Polar. Um estudo magnífico sobre o impacto que teria o desaparecimento da raça humana da superficie da terra. Após tal leitura não se fica indiferente e compreendemos melhor do que nunca o mal que o homem tem feito à sua casa, mal esse que poderá não ser reversível. Desde então, que pensei dar-vos a conhecer essa literatura. Decidi-me fazê-lo hoje, depois de ontem ter ouvido uma entrevista na TSF ao autor, na rúbrica Pessoal... E Trasmissíve l. Recomendo vivamente que a ouçam, e para tal basta irem a www.tsf.pt , no menu da esquerda cliquem em Arquivo Programas, escolham o programa Pessoal... E Transmissível, e por fim cliquem no entrevistado do dia 20 de Dezembro: Alan Weisman. A entrevista está dividida em três parte. A não perder a entrevista e depois, claro está, o livro: Um Mundo Sem Nós .

Sem comentários

Hoje de manhã, depois de uma breve saída, ao entrar em casa vi em cima do muro junto à porta esta publicidade. Eu diria: "obrigado por se estar a matar". Nota: nada tenho contra a marca acima referênciada, apenas me servi do panfleto que atrás faço referência.

Onde isto chegou e onde irá parar! O Caso Madeleine.

Não me havia ainda manifestado acerca desta questão por duas razões: primeiro porque julgo demasiada a propaganda por parte dos meios de comunicação social e segundo porque não julgo ser tema de interesse nacional por tantos dias consecutivos. Quem diria que o desaparecimento de uma menina, por terras do Algarve, iria dar a volta ao mundo e fazer correr tanta tinta? Quantos jovens desaparecem não se dando especial ênfase a tal facto? É compreensível que os pais e conhecidos mobilizem todos os meios para encontrar a pequena Madeleine, mas daí até se tornar um caso de interesse mundial parece-me despropositado e um grande exagero. O facto de os progenitores serem britânicos, e médicos, fez com que a nossa habitual mordomia disponibilizasse os meios possíveis e impossíveis ao serviço de sua majestade. Como se sentirá a mãe do jovem Rui Pedro, desaparecido há nove anos, ao ver tal aparato? O desaparecimento da criança britânica mobilizou mais meios do que aqueles que por vezes sã...