Avançar para o conteúdo principal

Carnaval nos tempos idos

Lembro-me do Carnaval de outros tempos, numa pequena aldeia do Montemuro, nos idos anos 80.
O aproximar das férias e a excitação crescente da época, com o comprar de pistolas de água, raspas e estalinhos, bombinhas de vários tipos e de mau cheiro e... bombas a sério, capaz de causar danos e ferir gravemente quem as manuseava e os que estavam próximo.

Questiono-me como seria possível estarem à venda artigos tão perigosos, felizmente nem eu nem nenhum dos meus compichas se magoaram, mas tive conhecimento de algumas história que correram menos bem. No entanto, eram essas perigosas bombas que causavam maior furor e lembro-me bem como adorávamos fazer explodir latas de salsichas, vendo-as ir pelos ares. Havia-as de vários tipos, as de 5 escudos, e as mais caras. Quanto mais subia o preço mais potente/perigosa era a dita. Recordo colegas meus dizerem que as de 20 escudos rebentavam com uma porta, nunca o confirmei, felizmente. Contudo, conhecia bem as de 5 escudos, e acendendo o pequeno rastilho, colocando-as debaixo de uma lata de salsichas vazia, ao explodir a lata subia a uns 5 metros de altura.

Apesar do perigo recordo esse tempo com saudade, era uma altura de brincadeiras perigosas, mas como dizia o ditado: É Carnaval, ninguém leva a mal!"

Viviam-se os anos 80 e o sinal da interioridade, numa aldeia bem na Serra do Montemuro. Todas as crianças eram como se fossem da mesma família e o recreio da escola era o mesmo local onde brincávamos nas férias, ou seja, as ruas e as pequenas eiras da terra.

Hoje o Carnaval continua a parecer divertido, alegre, e por vezes, também tão perigoso como outrora, mas a outros níveis. Viver na cidade é diferente, a magia de se ser criança num meio rural não tem igual.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Semeadura

Cada um tem a liberdade de semear aquilo que pretender, contudo, se semear trigo não poderá esperar colher centeio; se semear batatas não poderá esperar colher cenouras. Cada um semeia o que quer, mas colherá inevitavelmente o que semeou. É a tão badalada lei do karma, ação, consequência. Todas as nossas ações geram uma consequência. Toda a onda que emitirmos virá reforçada para nós. Muitos não aceitam este facto pela simples crença de que esta vida é única, mas ela não passa de um lampejo na eternidade do espírito. O karma não está limitado a uma encarnação, razão pela qual a consequência de determinada ação, muitas vezes, só se dá na encarnação seguinte. Nada fica por saldar na caminhada da depuração do espírito rumo a dimensões superiores. A vida deve ser vivida com intensidade no campo da fraternidade, da ética, da solidariedade, do respeito, da entreajuda. Só assim poderemos rumar mais rapidamente a um patamar de desapego da matéria, ruma a uma Nova Terra. Nova Terra...

Delirium - Cirque du Soleil

Um autêntico Delirium foi aquilo que se passou ontem, e nos últimos dias, no Pavilhão Atlântico. Num formato divergente do habitual, Delirium surpreende pela música e efeitos visuais. Assisti ao melhor espectáculo da minha vida. Infelizes dos que não puderam assistir. Para mais informações: Cirque du Soleil

Sem comentários

Hoje de manhã, depois de uma breve saída, ao entrar em casa vi em cima do muro junto à porta esta publicidade. Eu diria: "obrigado por se estar a matar". Nota: nada tenho contra a marca acima referênciada, apenas me servi do panfleto que atrás faço referência.