Scott Jurek é um dos melhores ultramaratonistas de todos os temos. Retrato-vos aqui um episódio "arrepiante" que representa a auto-supreção plena de um ser humano.
Quando pela primeira vez Scott foi correr a ultramaratona de Badwater todos estavam na expectativa de como iria reagir este ultracorredor num cenário desconhecido, numa prova em que a temperatura média do ar anda pelos 50 graus e o solo chega a ter a temperatura de 93 graus, ao ponto de terem que correr sobre as linhas brancas da estrada, para não derreterem as solas. A distância são meras 135 milhas, cerca de 217 quilómetros.
"Ao quilómetro 100, Scott vomitava e tremia. As mãos caíram-lhe para os joelhos, e depois os joelhos caíram-lhe no asfalto. Deixou-se ficar na berma da estrada, deitado nos seus próprios suor e cuspo."
A sua companheira e a equipa de apoio não o ajudaram, pois "sabiam que não havia voz mais convincente no mundo do que a que estava dentro da mente de Scott."
Pensou como tudo era inútil, não ia nem a meio. O vento quente fazia-lhe parecer que corria dentro do escape de um motor a jacto.
Não é possível, dizia Scott a si mesmo. Estás acabado. Vou precisar de fazer algo completamente do outro mundo para ganhar agora.
Do outro mundo como?
Como começar do início. Como fingir que acordaste agora de uma grande noite de sono, e que a corrida ainda não começou. Tinhas de correr os próximos 120 quilómetros mais depressa do que alguma vez correste 120 quilómetros na tua vida.
Durante 10 minutos, Scott ficou deitado como um cadáver. Depois levantou-se e ganhou, estilhaçando o recorde de Badwater com o tempo de 24h36.
Recomendo a leitura do livro: Nascidos para correr, de Christopher Mcdougall.
Site oficial do ultramaratonista Scott Jurek.
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