Avançar para o conteúdo principal

Até Quando?



Fiquem com este videoclip da música Até Quando? do extraordinário rapper Gabriel O Pensador.
Deixo abaixo a letra para que possam acompanhar devidamente todas as palavra, bem actuais.

E você, Até Quando?

Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer

Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer

Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura

(Refrão)
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

(Repete refrão)

Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante
É tudo flagrante
É tudo flagrante

(Refrão x2)

A polícia matou o estudante
Falou que era bandido, chamou de traficante
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário

(Refrão x2)

A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco:
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco

A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que pra você não ver que programado é você

Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá

Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar

Escola, esmola
Favela, cadeia
Sem terra, enterra
Sem renda, se renda. Não, não

(Refrão x2)

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro

(Refrão)

Comentários

Anónimo disse…
...é de facto uma notável letra. Grande Senhor este Gabriel o pensador. Já tinha reparado na pertinência desta mensagem, principalmente nas duas últimas estrofes, que foram as que mais me tocaram.
Por isso mesmo continuo no SwáSthya. hehe

Abraço pa todos
DeTigre Lu(as
Marco Santos disse…
Sem dúvida DeTigre, as duas últimas estrofes rematam a questão de uma forma brilhante.

Obrigado pelo comentário amigo.

Mensagens populares deste blogue

O Mundo Sem Nós - Alan Weisman

Devido ao meu contacto muito próximo com os livros, chegou-me às mãos recetemente o título O Mundo Sem Nós , do autor Alan Weisman, editado pela Estrela Polar. Um estudo magnífico sobre o impacto que teria o desaparecimento da raça humana da superficie da terra. Após tal leitura não se fica indiferente e compreendemos melhor do que nunca o mal que o homem tem feito à sua casa, mal esse que poderá não ser reversível. Desde então, que pensei dar-vos a conhecer essa literatura. Decidi-me fazê-lo hoje, depois de ontem ter ouvido uma entrevista na TSF ao autor, na rúbrica Pessoal... E Trasmissíve l. Recomendo vivamente que a ouçam, e para tal basta irem a www.tsf.pt , no menu da esquerda cliquem em Arquivo Programas, escolham o programa Pessoal... E Transmissível, e por fim cliquem no entrevistado do dia 20 de Dezembro: Alan Weisman. A entrevista está dividida em três parte. A não perder a entrevista e depois, claro está, o livro: Um Mundo Sem Nós .

Sem comentários

Hoje de manhã, depois de uma breve saída, ao entrar em casa vi em cima do muro junto à porta esta publicidade. Eu diria: "obrigado por se estar a matar". Nota: nada tenho contra a marca acima referênciada, apenas me servi do panfleto que atrás faço referência.

Onde isto chegou e onde irá parar! O Caso Madeleine.

Não me havia ainda manifestado acerca desta questão por duas razões: primeiro porque julgo demasiada a propaganda por parte dos meios de comunicação social e segundo porque não julgo ser tema de interesse nacional por tantos dias consecutivos. Quem diria que o desaparecimento de uma menina, por terras do Algarve, iria dar a volta ao mundo e fazer correr tanta tinta? Quantos jovens desaparecem não se dando especial ênfase a tal facto? É compreensível que os pais e conhecidos mobilizem todos os meios para encontrar a pequena Madeleine, mas daí até se tornar um caso de interesse mundial parece-me despropositado e um grande exagero. O facto de os progenitores serem britânicos, e médicos, fez com que a nossa habitual mordomia disponibilizasse os meios possíveis e impossíveis ao serviço de sua majestade. Como se sentirá a mãe do jovem Rui Pedro, desaparecido há nove anos, ao ver tal aparato? O desaparecimento da criança britânica mobilizou mais meios do que aqueles que por vezes sã...