A maioria dos indivíduos não se sente realizada e julga que o outro é mais feliz do que ele, e vice-versa. Passamos por um período de carência motivacional, e para restabelecer a confiança há que voltar a dar atenção às pequenas coisas. A satisfação pessoal atingiu níveis de grande exigência e o ser humano já não se satisfaz somente com o que lhe é natural, a vida em si, o facto de poder usufruir dos cinco sentidos, de poder correr por uma ladeira, de braços abertos, em direcção ao mar, sentindo a brisa. Já não se satisfaz com uma simples conversa de café, e muito menos com os seus afazeres. Tudo parece desmoronar-se perante o tempo, que é sempre curto, obrigando à constante correria. Mas o constrangedor é que muitos não sabem para onde correm. A satisfação no século XXI é baseada em posse, em materialismo, em poder, ou pelo menos, e na maioria dos casos, na sensação de poder. A realização não advém da correria desenfreada, mas das pausas ponderadas feitas a momentos precisos. Momentos...