Avançar para o conteúdo principal

A moda das cesarianas

O aumento das cirurgias na hora do parto não é assunto novo, mas cada vez mais vem à baila, pois tem aumentado em todo o mundo, apesar dos alertas. Recentemente, saiu no jornal Expresso um artigo que aborda esta temática, datado de 20 de junho, intitulado: Mitos e verdades do parto por cesariana. Nele se esbatem as razões que levam maioritariamente à cirurgia para o parto. Uma boa parte é escolha da própria mãe, que julga assim causar menos sofrimento à criança e que ela própria irá sofrer menos, mas ledo engano, pois esse tipo de parto trará muito mais complicações, tanto para a mãe como para a criança (ver imagem abaixo).

Muitas mulheres na tentativa de fugir à dor, ao medo, e por julgarem que esse menor sofrimento trará benefício também à criança optam por essa modalidade, muitas vezes apoiadas pelos médicos, sobretudo do setor privado, pois assim terão um parto agendado, evitando o “transtorno” de ter de se deslocar ao hospital durante a noite ou ao fim-de-semana. 

Em Portugal a taxa de cesarianas no público ronda os 28% da totalidade dos partos, mas no privado essa taxa chega aos impressionantes 66%. Há médicos que têm no seu registo pessoal 100% de cesarianas nos partos que fazem. No Brasil, o público tem uma taxa de 55,6%, ao passo que o privado ultrapassa os 80%. Já na Islândia, os números são os mais baixos, 15,2% no público.

«(…) a falta de contacto dos recém-nascidos com os microorganismos da cavidade vaginal altera a reação imunitária do intestino, o que resulta em 25% de probabilidade de estes bebés virem a desenvolver diabetes tipo 2, asma e obesidade», diz Ayres de Campos da CRTC.

O parto provocado, também muito em voga, muitas vezes por comodidade e não por real necessidade, leva com frequência à necessidade de cesariana.

Muitos mitos há sobre esta temática, e muitas mulheres, muitas famílias, optam pela cesariana por julgarem que será melhor para elas e para a criança, não estão informadas do verdadeiro perigo que tal ato pode acarretar.


Viver no século XXI e usufruir da medicina evoluída, da ciência, da tecnologia, é uma mais valia, e realmente quando necessária a cesariana salva vidas, mas só nesses casos, jamais se deveria usar só para comodidade médica ou por capricho da mãe (que tem o dever de proteger a criança), ou pior ainda, por desinformação. Cabe ao médico agir consoante a sua responsabilidade para com a saúde da mãe e sobretudo da criança que não tem opção de escolha.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

O veganismo não é moda, veio para ficar!

Ouve-se por aí que 2019 é o ano do veganismo, mas é muito mais do que isso. 2019 até poderá ser o ano com mais expressão até então, mas o boom está por vir, o futuro será inevitavelmente vegan, ou não haverá futuro de todo. Não são só as estrelas de cinema, os atletas de nível mundial ou as figuras públicas, por todo o mundo há cada vez mais pessoas a adotar este estilo de vida, que vai muito além da simples alimentação. Há uma tomada de consciência larga que faz com que a mudança seja inevitável. Um ser dito lúcido e com o mínimo de inteligência basta parar e refletir sobre as suas escolhas para um processo de mudança se iniciar. Vivemos num mundo acelerado que não deixa tempo para a plena reflexão e esse é um dos problemas. A mudança pode ter início num dos seguintes pontos: Ética: não há nenhuma necessidade de infligir sofrimento e tortura aos animais para nos alimentarmos. Eles são seres sencientes e é um contrassenso dizer que se gosta dos animais mas é só de alguns, não de todos.

Bush recebe Dalai Lama

Fiquei surpreendido ao saber que o presidente norte americano havia recebido oficialmente o líder espiritual tibetano, na sua residência oficial, a Casa Branca. E como se isto não bastasse para "nos" envergonhar, ainda foi condecorado com a Medalha de Ouro do Congresso, a mais importante distinção atribuída a um civil. Para a sua atribuição é necessária uma maioria de dois terços do congresso. Nunca pensei dizê-lo, mas desta vez o Presidente Bush merece os parabéns. Ou será já campanha republicana?!

Medina Carreira disse:

"A democracia em Portugal é uma brincadeira em que ninguém é responsável por nada, não há responsáveis", afirmou Medina Carreira, salientando que "o País apenas é governado com rigor durante um ano ou um ano e meio por legislatura". No restante tempo, segundo o fiscalista, quem vence as eleições começa por tentar corrigir as promessas que fez na campanha eleitoral e, a meio do mandato, "começa a preparar as mentiras para a próxima campanha eleitoral". "Com esta gente que temos, não podemos ter muitas esperanças (quanto ao futuro)", defendeu, frisando que "as eleições ganham-se com mentiras". Medina Carreira, que falava aos jornalistas em Gaia à margem de um debate sobre a actual situação do País, defendeu que "a raiz do problema" de Portugal resulta da quebra no crescimento económico. "Durante 15 anos crescemos seis por cento ao ano, entre 1975 e 1990 crescemos quatro por cento ao ano e de 1990 para cá estam